A década de 1950 pertenece à copla, a chanson, o jazz, o fado e os ritmos latinos. É a década da peruca, do nascimento do rock, das gravadoras; a era da cultura pop, dos jovens e sua rebelião sem causa. É uma lembrança de Marilyn Monroe e Brigitte Bardot, do Elvis Presley e o filme noir. Bem-vindo à melhor música dos anos 50. Porque entre a Guerra Fria e o medo das bombas atômicas, houve também o início de um tipo de cinema, o fim de outro e uma nova forma de consumo cultural. Um tempo que influenciou a música atual muito, apesar de parecer ter envelhecido pior do que nos seguintes anos 60. Neste post vamos falar de alguns grandes cantores dos anos 50, mas sobretudo vamos compartilhar uma playlist de Spotify com 151 faixas que inclui 100 canções em inglês e uma distribuição das outras 51 músicas entre idiomas de línguas românicas como português, espanhol, italiano ou francês, por exemplo.
Esta lista de 151 músicas dos anos 50 está ordenada e separada por anos e idiomas. Desta forma, a evolução e os contrastes entre continentes e países (assim como as influências) podem ser percebidos de forma mais marcante. Por outro lado, os anos de lançamento de algumas músicas podem não corresponder exatamente à data de lançamento real. Nem sempre é fácil encontrar todas as informações sobre o assunto pelos canais convencionais (e muitas vezes até se contradizem, por isso tende-se a optar pelo que parece mais lógico).
Selecionamos um compêndio de clássicos em todos os idiomas, com muitas letras para todos os públicos e toneladas de anedotas que remetem à música dos anos 50, que junta tudo neste artigo, mas continua ano após ano separadamente até o final da década. Então, nesse momento falaremos sobre as décadas seguintes. Enquanto isso, aqui deixamos você com as primeiras grandes músicas dos anos 50 em inglês, português, espanhol e, para todos os públicos, desde os nostálgicos aos pesquisadores de todos os cantos e recantos musicais.
As melhores músicas dos anos 50 e seus grandes cantores
Além de deixar cá a playlist com as melhores músicas dos anos 50, nas seguintes linhas vamos falar de 10 cantores dos anos 50 e seus maiores sucessos. Músicas cheias de nostalgia e sentimento, cult e com idiossincrasia além de momentos específicos ou modismos passageiros. Eternos uns, outros menos, mas sempre lembrados, talvez ainda mais agora, sessenta anos depois de terem surgido, ressurgindo vez após vez.
Esperamos que goste da seleção de músicas e, sobretudo, que o ajude a descobrir ou redescobrir melodias antigas que, apesar de todo o tempo que passou, continuam tão válidas como eram então. Ou, pelo contrário, são tão antiquadas que têm um charme único e muito agradável. Um prazer culpável que inclui desde letras hilárias para música dos anos 50 em português ou flashes autênticos de qualidade genuína e irrepetível em inglês. Seja como for, confiamos que você achará uma leitura agradável e ainda mais agradável de ouvir, e convidamos você a visitar qualquer uma das outras listas disponíveis na web.
Ella Fitzgerald & Louis Armstrong – Dream A Little Dream Of Me (1950)
Essas duas pessoas que parecem dois avós adoráveis são Ella Fitzgerald e Louis Armstrong, dois dos músicos mais importantes de toda a história da música (e não apenas do jazz) e em 1950 ambos colaboraram na versão de Dream A Little Dream Of Me que sobreviveu até hoje com inúmeras versões.
Louis Prima & Keely Smith – The Bigger The Figure (1951)
O Rei do Swing em uma de suas formas mais loucas e loucas de sua carreira, incluindo letras. E que estamos falando de um dos personagens mais carismáticos do filme O Livro da Selva. Na verdade, se ouvirmos os maiores sucessos de sua discografia, veremos que ele sempre mostrou uma personalidade inimitável além da música da década de 50, embora em The Bigger The Figure sua energia fosse ainda maior do que estávamos acostumados.
Gene Kelly – Singin’ In The Rain (1952)
Singin’ In The Rain é um clássico do cinema e um clássico da música dos anos 50. Gene Kelly cantando e dançando na chuva é uma das cenas mais icônicas da história da sétima arte, e a letra está bem próxima disso. Conhecido a tal ponto que nem precisa de introdução.
Amália Rodrigues – Uma Casa Portuguesa (1953)
Amália Rodrigues foi uma cantora absolutamente incrível. De facto, esta afirmação seja provavelmente um eufemismo da realidade de essa voz, mas vale a pena como um bom começo para uma página vazia. Ela ainda é uma das vozes mais bonitas que já ouvimos. Tão quente que em Uma Casa Portuguesa alguém não acreditaria que não queimou a terra ao seu redor quando ela cantou.
Muddy Waters – (I’m Your) Hoochie Coochie Man (1954)
Às vezes acontece que o começo de uma música de blues soa e a primeira coisa que você pensa é: “é (I’m Your) Hoochie Coochie Man!”, e então acontece que não é, porque Muddy Waters realmente compôs um dos maiores hinos da história da música. Assim como o conteúdo lírico para dizer que é mais foda do que o que é usado agora.
A música negra sendo imitada por brancos não surpreende mais ninguém, muito menos quando falamos da música dos 50, onde o blues passou a ser chamado rock quando os cantores brancos começaram a cantá-lo.
Antonio Molina – Soy Minero (1955)
O grande clássico de Antonio Molina que ainda se mantém vivo como um clássico da música espanhola dos anos 50, Soy Minero entrou na história por uma letra que, sem falar demais, trata do trabalho e do conflito vital dos mineiros e sua coragem em enfrentar o risco de sofrer um acidente ou doença que leve diretamente à morte. Talvez por isso sejam um dos grupos mais unidos na luta por seus direitos e até possuem um Estatuto próprio além do Estatuto do Trabalhador.
Nat King Cole – Quizás, Quizás, Quizás (1956)
Nat King Cole é o rei. Um dos mais grandes. Recuperou notoriedade mundial graças ao filme In the Mood for Love, de Wong Kar-Wai, mas ele sempre foi lenda. Talvez seja uma versão, claro, não a original, mas é sem dúvida a versão mais original de todas as existentes. Esse sotaque, essa instrumentação e os arranjos fazem desse Quizás, Quizás, Quizás o mais original e recorrente para se ouvir.
Buddy Holly – Everyday (1957)
Dois anos antes de sua trágica morte (o dia em que a música morreu), Buddy Holly (Charles Hardin) cantou duas das canções mais imortais da década. Uma, Peggy Sue, um exemplo claro do que foram os anos 50. Outra, Everyday, um exemplo do que uma música pop deve ser, independente da época. Tanto que ainda hoje podemos ouvir alguns acordes dessa melodia em filmes e séries de TV. Um sinal claro de sua influência popular e o sabor positivo que deixa após os apenas dois minutos que dura.
Frank Sinatra – Come Fly With Me (1958)
Frank Sinatra é outra das grandes lendas da música, além do seu gênero, diante de Bing Crosby ou Dean Martin, por exemplo, apesar da classe de ambos os dois. Provavelmente porque ninguém era capaz de cantar como ele, com um carisma que ia além das habilidades vocais.
João Gilberto – Chega De Saudade(1959)
O cantor brasileiro João Gilberto é considerado (junto com Tom Jobin) um dos criadores da bossa nova, tanto que no Brasil é conhecido como o pai da bossa nova ou do Mito. Seu maior sucesso é Garota de Ipanema, que levou Astrud Gilberto, então esposa de João, à fama e já foi regravada inúmeras vezes.
Na música Chega De Saudade, Gilberto canta uma repreensão, com ritmo lento e relaxante com toques de jazz, dirigida a um ente querido que o critica por cantar desafinado, ao qual responde que quem está desafinado também tem um pouco de coração e sofre com esses ataques.
(Madri, 1987) Escritor por vocação, especialista em SEO por profissão. Amante da música, cinéfilo e amante da leitura, mas em modo “amateur”.