Reggae: as melhores músicas do gênero musical iniciado na Jamaica

Com mais de 40 anos de existência, a música reggae passou de ser conhecida como o gênero musical originado na Jamaica para se tornar um dos mais populares e imitados no mundo. Embora hoje em dia a máquina geradora de sucessos esteja um pouco menos ativa, a realidade é que ele ainda mantém o mesmo espírito e vitalidade.

Nas linhas a seguir, percorreremos várias vertentes desse gênero com seus artistas mais interessantes, sem esquecer do grande Bob Marley, figura proeminente por completo, mas levando em consideração as evoluções e subgêneros que ocorreram até chegar a 2020. Desde o early reggae ao raggamuffin, passando por algumas misturas derivadas como o rap ou o dub.

Na realidade, o reggae teve tanta força e importância no gosto musical das pessoas que ainda hoje vemos evoluções, como o dancehall, que é, por sua vez, um subgênero do ragga mencionado anteriormente. Ou seja, abordar esse tema não é algo simples. Poderíamos abrir uma porta e entrar em um labirinto no qual nos perderíamos. Por isso, tentaremos nos concentrar principalmente no pilar, com pequenos toques do que ele gerou.

Os primórdios da música reggae (1966-1973)

Vale lembrar que os estilos musicais mais populares iniciados na Jamaica são, pelo menos em termos de apreciação global, o ska, o rocksteady e, cronologicamente, o reggae. Não é à toa que este último é uma mistura livre dos dois gêneros anteriores. Podemos destacar, nesse sentido, The Wailers como a banda precursora, os pioneiros que se adiantaram a todos os outros.

Você reconhece o nome desse grupo e não é um grande conhecedor da música reggae? Talvez porque era composto por Bob Marley, Peter Tosh e Bunny Wailer, grandes figuras visíveis do gênero (especialmente o primeiro). No entanto, estamos falando do meio dos anos 60, e só seria a partir da metade dos anos 70 que o grande público conheceria o gênero musical que surgiu na Jamaica como é entendido hoje.

Para nós, por exemplo, é uma grande satisfação mencionar nesta seção os Toots & The Maytals, cuja banda foi formada em 1963 e transcendeu todas as fronteiras com Funky Kingston em 1973. No entanto, não podemos esquecer outros nomes como Desmond Dekker, Jimmy Cliff ou The Upsetters.

Melhores álbuns e músicas de 1966 a 1973

Nessa linha, os álbuns mais aclamados ao longo desse período são muito mais do que vamos listar aqui, principalmente para não sobrecarregar aqueles que estão procurando algo específico. Se você gostou do que encontrou aqui, será muito fácil passar deste guia introdutório para algo um pouco mais profundo. Agradecemos à internet por ter trazido facilidade ao conhecimento. Pelo menos no campo musical, que é o que mais nos agrada.

De acordo com o que é explicitado no título, vamos direto ao ponto. Levando em consideração que o reggae instrumental pode ser definido, de acordo com Rate Your Music, como um gênero caracterizado por um compasso 4/4, ritmos estranhos chamados off-beat, órgão shuffle ou bubble e acordes de guitarra staccato (ou piano) conhecidos como skank. Não devemos esquecer, nesse ponto, que a sensação de liberdade, tanto lírica quanto sonora, é outro atrativo. O espírito que reivindica tanto quanto liberta, em resumo.

Como já mencionamos, o reggae se desenvolveu a partir do rocksteady e do ska, e possui fortes influências desses gêneros (como a dureza e bravura do Spaghetti Western, por exemplo). Assim como elementos de Rhythm & Blues ou o tradicional Caribbean Calypso e Mento, que também estão presentes no som original do gênero.

O reggae atinge sua plenitude e o sucesso está (quase) sempre garantido (1974-1981)

Apesar de o grande boom do reggae nos Estados Unidos e na Europa, em termos de produção local, ter ocorrido principalmente nos anos 80, é nos anos 70 que os jamaicanos vivem a verdadeira era de ouro. É nessa época que eles são mais produtivos, mais inspirados e criam um maior número de sucessos a cada ano.

Com isso, não queremos dizer que a música reggae não fosse popular além de suas fronteiras caribenhas. Pelo contrário. Era um sucesso e uma enorme influência na criação de outros estilos musicais. Muitas vezes ligado ao movimento espiritual rastafári, muitos estrangeiros viajavam para a Jamaica com a ideia de viver a experiência completa do verdadeiro amante da música. Desde figuras como Serge Gainsbourg até Johnny Rotten, por exemplo, muitos artistas visitaram a ilha para experimentar um estilo de vida muito local. Com tudo o que isso implica para além das canções.

No que diz respeito à música, novamente Bob Marley é a estrela principal, juntamente com The Wailers. É lógico ver os pioneiros entre os mais celebrados dentro do gênero. A grande diferença em relação à fase anterior, no entanto, está na evolução desses artistas. Se antes ainda podíamos ouvir fragmentos dos outros estilos musicais mencionados, agora ouvimos reggae puro e simples. Por que parar em 1981? Muito simples: é o ano em que Marley falece, a figura mais representativa em todo o mundo. Isso marca um ponto de virada em muitos aspectos, como veremos.

Os melhores álbuns e músicas de 1974 a 1981

Neste período, começamos a ouvir os primeiros passos do dub como subgênero central de algumas músicas. Esse é o caso de Augustus Pablo ou Horace Andy, por exemplo. Não entra na lista, para dar um pouco mais de variedade, a música “No Woman, No Cry”, seja na versão original de 1974 ou na versão ao vivo de 1975. Por outro lado, entram outras três músicas da banda, além de dois álbuns, incluindo “Natty Dread”, onde podemos encontrar a música mencionada anteriormente.

Como dizemos, a diversidade está no gosto, apesar de estarmos falando de um gênero musical. De qualquer forma, a presença dos nomes já mencionados do movimento é predominante, com algumas descobertas que surgiram após o sucesso internacional e a boa recepção que tiveram. Não podemos esquecer, na verdade, que subculturas como o skinhead reggae ou o roots reggae, para citar apenas dois exemplos, são influências claras derivadas da forma original de fazer músicas, que chegaram a influenciar até mesmo os grupos fundadores.

A maturidade do reggae. A indústria cresce na Europa e nos EUA (1982-1999)

Até o momento, preferimos um pouco omitir o tema da influência do reggae na música americana e europeia, embora algo já tenha surgido na forma de subculturas e tribos urbanas. Basicamente, porque, embora nos anos 70 o punk e outros gêneros mencionados, bem como subgêneros, tenham se alimentado desse estilo musical com grande virulência, é a partir dos anos 80 que ele se torna uma forma de expressão mais importante no cenário. Deixa de ser uma influência para se tornar algo pop e comercial. Bandas como UB40 confirmam isso, mas não foi a única.

O dubstep começa a estar em alta, muitas bandas de outros estilos incluem músicas desse tipo em alguns de seus álbuns e tudo começa a se misturar em grande medida. Você podia encontrar um pouco de música reggae em uma canção de art pop ou trip hop e achar isso bom. De certa forma, podemos afirmar que o ritmo se enriquece. E se não, pergunte aos DJs (não aos deejays) após o Major Lazer.

Mas, de qualquer forma, a coisa boa ainda vinha da Jamaica. Embora os mencionados UB40 tenham tido sucesso por essas terras com “Red Red Wine” nos anos 80 e com “(Can’t Help) Falling In Love” nos anos 90, a verdadeira música ainda estava sendo feita lá na ilha verdadeira (ou seja, longe da Inglaterra). Temos o exemplo de Noel Ellis, por exemplo, ou Scientists. Embora seja interessante ver como a maioria desses grupos acabava migrando para os Estados Unidos ou Canadá para continuar sua carreira lá.

Os melhores álbuns e músicas de 1982 a 1999

De qualquer forma, antes de passar para a lista dos melhores álbuns e músicas, lembramos que nem tudo era comum no sentido do Reino Unido. O Steel Pulse lançou um dos álbuns mais bem produzidos da década de 80. No entanto, a origem jamaicana de seus membros é notável em termos de qualidade e resultados.

Por outro lado, além do dub, o dancehall começa a se tornar uma realidade, embora acabasse explodindo no mundo todo nos anos 2000, com Sean Paul, entre outros. O lovers rock também teve sua parcela nesses anos, assim como outros subgêneros menos populares, como a mistura com jazz e funk (que na verdade sempre esteve presente).

Nesses anos, podemos dizer, com certa tristeza, que a frescura parece esgotada, abrindo caminho para um novo tipo de fazer música nos anos 2000, como veremos na próxima seção.

O reggae na atualidade (de 2000 até hoje)

Como mencionamos, o reggae rapidamente se internacionaliza, abrindo espaço para populares cantores de outras regiões do mundo. Nomes como o italiano Alborosie, o panamenho Kafu Banton, juntamente com famosos e bem-sucedidos jamaicanos como Sean Paul ou Shaggy, além de outros menos conhecidos internacionalmente, como Elephant Man, Capleton ou Anthony B.

Nesses anos, o gênero musical se renova até se tornar o que conhecemos hoje. Poderíamos incluir também o reggaeton, como uma evolução do reggae em espanhol, já que é uma mistura desse estilo com o dancehall em formato afro-panamenho. Levando isso em consideração, podemos afirmar sem medo que é o estilo mais popular do mundo.

Nesses anos, até mesmo os filhos de Marley aparecem, aproveitando o sobrenome para obter a notoriedade do pai. Alguns tiveram sucesso e demonstraram talento, mas geralmente sua fama foi efêmera. Assim como o renascimento de grandes representantes de longa data. No entanto, nem tudo é espiritualmente positivo. Vybz Kartel também ganhou certa fama nesse período, especialmente com o single “Go Go Wine”, embora agora ele seja mais conhecido por ter sido condenado à prisão perpétua por assassinato.

Os melhores álbuns e músicas de 2000 até hoje

Para encerrar nosso monográfico, gostaríamos de acrescentar que, para nós, a grande virtude que tornou o reggae algo arraigado nos gostos de tantas culturas é o minimalismo. Simples, essencial, básico, completo, fluído, fresco e direto para nossos ouvidos. Não esqueçamos que por trás de muitas das produções dos melhores álbuns desse período estavam pessoas como Timbaland.

Alberto Mulas Caballero

(Madri, 1987) Escritor por vocação, especialista em SEO por profissão. Amante da música, cinéfilo e amante da leitura, mas em modo “amateur”.