As 100 melhores músicas tristes em inglês, português, francês e espanhol

Música triste

Em Muros de absenta acreditamos que a música pode servir como uma ferramenta de exorcismo. Acontece quando procurar música triste para a noite, por exemplo. Seja por tentar dormir ou para encontrar paz, ou simplesmente por estar um bocado melancólicos. É como um veículo para alcançar nossas emoções e nos ajudar a superar (ou o contrário) certos momentos da vida. Basta perguntar aos seus avós sobre a música do seu tempo para ver que muda em cada geração.

Por exemplo, quando ouvimos músicas da nossa infância, muitos de nós evocamos sensações cativantes (se tivemos uma infância feliz), sejam músicas tristes, felices, melhores ou piores (para mim uma exemplo claro seria Live Is Life, da Opus). Porque a música também reflete momentos da nossa vida, ou é usada para algo específico, como aquelas músicas para a noite, ou aquelas para voltar, porque ao ouvir uma música específica, ela pode nos levar de volta àquele momento em que a ouvimos, como uma espécie de memória externa ou backup.

Ou seja, criamos memórias relacionadas às músicas e essas músicas transmitem memórias, tanto boas quanto ruins. Claro que, às vezes, se você ouvir muito uma música que te lembra um momento específico da sua vida, o efeito se perde e não te leva mais a lugar nenhum. Neste artigo, nós vamos deixar uma playlist de Spotify com a música mais triste dos anos 2000-2009. Um total de 100 músicas que pasam por 10 anos de história. Então, se você gostou da playlist, sinta-se à vontade para se inscrever e nos seguir por lá também.

A melhor música triste em inglês desde o ano 2000 até 2009

Neste caso, estamos falando de música triste em inglês português e muitas outras línguas porque, seja pela letra, pela melodia ou pela combinação de ambas, há certas músicas calmas que nos deprimem ou que, por sua natureza catártica, nos purgam por dentro. Nós as usamos em certos momentos, ou para nos esfregarmos em nossa própria lama, ou para abandonar um estado de espírito até que desapareça. Como disse no início deste artigo, acredito que a música também pode ajudar as pessoas, mesmo as agridoces.

No final, o importante é que tem de tudo, desde música relaxante, até música de tristeza ou para relaxar por 8 horas. E se fica com gostinho de querer mais, ainda pode ir descobrindo a mais listas que preparámos). Então, se você é o tipo de pessoa que gosta do silêncio e da música para a intimidade da noite, essa pode ser uma lista interessante para você: 100 músicas tristes e tranquilas em inglês que contém músicas produzidas durante os anos 2000 e 2009 capazes de quebrar nossas barreiras emocionais sem drama e com sinceridade; peças pessoais que penetram no ouvinte, seja qual for a linguagem que ele entenda.

Saez – Putains Vous M’Aurez Plus (Varsovie, L’Alhambra, Paris, 2008)

Apesar da banda Saez ter começado sua carreira destacando-se sobretudo como um grupo de rock alternativo em seu primeiro álbum Jours Étrangers (1999) e com o hit Jeune Et Con, aos poucos anos o cantor Damien Saez e sua banda vêm mostrando que onde mais sintam-se confortáveis ​​como compositores é neste tipo de canções mais calmas, que crescem gradualmente em intensidade até atingirem o seu clímax.

Um poema de altíssima qualidade, marca registrada deste francês, neste álbum triplo do qual se extrai Putains Vous M’Aurez Plus (que, dizem, foi escrita em 15 minutos), repleto de grandes canções (calmas, tristes, felices e bravas), especialmente aqueles que aparecem no álbum Paris, que serve de prelúdio para seu Messina, álbum triplo mais completo e maduro (2012), mas não o último álbum triplo. Certa vez li que se Leonard Cohen fosse Deus, Nacho Vegas seria seu profeta na Espanha. Bem, Damien Saez no momento estaria sem dúvida na França, e veja se tem concorrência.

Brand New – Jesus Christ (The Devil And God Are Raging Inside Me, 2006)

Cada pessoa tem todo o direito do mundo de encontrar seu próprio significado para cada letra, e com tanta liberdade, para mim Jesus Christ é a segunda dessa lista por sua forma de lidar com o tema da angústia existencial com tanta franqueza e calma que da para ser música triste para chorar pela ideia de morrer mesmo. Como uma conversa com Jesus Cristo, Jesse Lacey (cantor do Brand New) levanta suas dúvidas e medos sobre o que está na vida após a morte, sobre como a solidão influencia a vida na hora da morte, mas de uma forma muito pessoal, quase agnóstica, se calhar.

A música inteira tem ótimos versos, mas alguns versos dizem coisas como “o que você fez naqueles três dias em que estava morto? Porque esse problema vai durar mais do que um fim de semana” ou “Jesus Cristo, não tenho medo de morrer, estou com um pouco de medo do que vem a seguir.” Esta última frase resume todo o conceito de Jesus Cristo, na minha opinião. Não se trata do medo da morte ou da nada, mas de como tudo (ou nada) do que vem depois está além de nós, além das conjecturas de cada um ou da mera aceitação (muito mais sensata) do fim.

Gary Jules & Michael Andrews – Mad World (Trading Snakeoil For Wolftickets/Donnie Darko, 2001)

Conhecido em todo o mundo graças à sua aparição na trilha sonora do filme cult Donnie Darko, este Mad World é a versão de Gary Jules do tema Tears For Fears, lançado originalmente na década de 1980.

Alguns anos após esse sucesso reduzido, essa mesma música seria remixada em um estilo eletrônico que tornou a letra da música muito estranha.

Damien Rice & Lisa Hannigan – The Blower’s Daughter (O, 2003)

The Blower’s Daughter é outra música que ganhou fama graças a sua aparição em um filme (Closer); no entanto, neste caso, Damien Rice teve mais viagens e aceitação comercial como artista do que Gary Jules, deixando músicas de qualidade mais tranquilas em seu repertório.

A coisa é que fazer música assim deve ser sempre insustentável, então ou você lança um novo álbum onde você é legal e feliz (eu não olho para ninguém) ou você se aposenta por um tempo. Talvez esta seja a razão pela qual Damien Rice não lança nada de novo há tantos anos. Anos que ele usou (dizem) para arrumar uma namorada e compor um álbum para ela, por exemplo. Embora se existisse, essa relação sentimental acabou há algum tempo (material para trabalhos futuros?).

Nacho Vegas – Morir O Matar (El Manifiesto Desastre, 2008)

Embora o álbum El Manifiesto Desastre não seja amplamente considerado um de seus melhores álbuns, Morir O Matar é a música mais difícil que Nacho Vegas escreveu, não apenas para o ouvinte, mas também para o próprio Vegas, que admitiu ter tido muita dificuldade em escrevê-lo na época.

Pode ter letras melhores entre as outras músicas, mas Morir O Matar é a minha favorita de todas. 100% de autodestruição eficaz. Se você é um fã maior ou menor de Nacho Vegas, seu estilo e sua voz, a letra desta música, bem como a emoção comovente de sua melodia, tornam qualquer pessoa uma presa fácil de cair em suas garras.

Johnny Cash – Hurt (American IV: The Man Comes Around, 2002)

Johnny Cash nos deixou este último presente chamado Hurt antes de deixar este mundo; uma despedida em forma de álbum de versões e em que este se destacou do original da banda Nine Inch Nails liderada por Trent Reznor. Uma questão de gosto, claro, mas é bastante unânime que esta música é uma das poucas da história que supera o seu original, e é que o facto de ser uma lenda, a vida que teve, a idade e as circunstâncias em que o interpretou fazem de Hurt um verdadeiro clássico na voz murcha do homem de preto.

Antony & The Johnsons – Hope There’s Someone (I Am A Bird Now, 2005)

Imaginar a escritura dessa música ás 4 da manhã é fácil, sobretudo durante A Hora do Lobo, aquela em que se diz que mais pessoas morrem e em que o sono é mais profundo. Um mistério e um nó no estômago. Quem não tem medo de longos corredores escuros e da solidão, talvez você não sinta tanto aquele piano que sustenta Hope There’s Someone, de Antony & The Johnsons.

Raphaël – J’l’Ai Pas Touchée (Une Nuit Au Chatelet, 2007)

Se algo fica claro nesse top 10 de música triste é que fazer cover de uma música de forma minimalista dá bons resultados, mas pergunte ao Raphaël quando ele cantou essa música do Christophe (o cantor da Aline) em um cuidadoso concerto acústico.

Esta e outras interpretações foram gravadas no álbum + DVD Une Nuit Au Chatelet, no qual também participaram Mike Garson no piano, Simon Edwards no baixo e contrabaixo, Daniel Mille no acordeão e Denis Benarrosh na percussão.

Chevelle – One Lonely Visitor (Wonder What’s Next, 2002)

Chevelle é uma banda alternativa de rock/metal que de vez em quando faz algo como One Lonely Visitor. Não é novidade que grupos desse tipo de música compõem grandes baladas ou músicas tranquilas e totalmente deprimentes, mas o resultado nem sempre é tão redondo.

Modest Mouse – The World At Large (Good News For People Who Love Bad News, 2004)

A música que antecede a famosa Float On do álbum Good News For People Who Love Bad News também é o complemento perfeito para ela. The World At Large é uma música que exemplifica totalmente a sensação de estar perdido sem saber qual é o seu caminho na vida ou por que você sempre sente que está preso em uma corrente oceânica e não está confortável em nenhum lugar. Procurando por algo que você nunca encontrará, como mariposas quando se espancam até a morte contra as luzes.

Você já sabe qual carreira vai estudar quando terminar o ensino médio?

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