Ano de 1954, quinta parte das dez previstas para finalizar a lista das 100 músicas da década de 50. Em 1954, a música começa a mudar de forma imparável para novos estilos que se tornarão hinos da cultura popular mundial.
Neste ano, destacam-se temas de Big Joe Turner, o Rock Around The Clock de Bill Haley & The Comets, Elvis, Muddy Waters com seu famoso blues, Ray Charles, The Chordettes, The Chords, The Penguins, The Spaniels, a portuguesa Amália Rodrigues, o espanhol Antonio Molina e o francês Georges Brassens. Let’s rock!
Nos links abaixo, você pode descobrir quais músicas fizeram parte da lista em anos anteriores: voltar no tempo para descobrir as músicas do ano anterior. Ou clique nos seguintes links para descobrir tudo o que veio depois.
Playlist de Spotify com música de 1954 e de toda a década
Música do ano de 1954 em inglês
Big Joe Turner – Shake, Rattle And Roll
Em 1954, o rock and roll é um fato. Começa com essa mistura de R&B e rock uma das músicas mais animadas da década e precursora de um estilo que, com suas respectivas evoluções e reviravoltas, se tornou o gênero mais difundido na cultura popular, com a permissão do pop.
A versão mais bem-sucedida desta música foi perpetrada por Bill Haley, no entanto, Big Joe Turner foi o primeiro a interpretar Shake, Rattle And Roll, e para mim, o resultado é muito melhor.
Bill Haley & The Comets – Rock Around The Clock
Tudo já foi dito sobre esse clássico. Ouvi essa melodia desde criança e fui amplamente informado sobre a origem do termo rock and roll para se referir ao gênero com base na letra desta música… de um branco. Não por acaso, porque a música é muito boa, claro, mas até que um homem branco começou a tocá-la, ela não recebeu um nome. Tchs.
De acordo com fontes confiáveis, esta música foi lançada pela primeira vez em 20 de maio de 1954.
Elvis Presley – That’s All Right
Houve muitos “reis” durante essa fase da música, mas se um se destacou acima dos demais, foi sempre Elvis Presley. Talvez devido à sua morte relativamente prematura, ao seu carisma especial, por ser o primeiro ídolo juvenil de massa da história (em termos atuais) ou por seus movimentos característicos e aquela voz única, que foi imitada (juntamente com todas as suas facetas) até a exaustão, mesmo chegando ao absoluto ridículo em alguns indivíduos, todo mundo sabe quem é Elvis Presley, mesmo quando se passaram 60 anos desde esse sucesso chamado That’s All Right.
O aniversário de sua morte ainda é notícia nos telejornais (sempre que encontram espaço entre tantas notícias sobre o clima no país), sua música ainda é ouvida e suas roupas e penteado ainda são usados, especialmente o penteado, entre os jovens. Um verdadeiro símbolo da música e criador de protótipos.
Muddy Waters – (I’m Your) Hoochie Coochie Man
Às vezes acontece de você ouvir o início de uma música de blues e a primeira coisa que pensa é: “É (I’m Your) Hoochie Coochie Man!”, e depois descobre que não é, na verdade Muddy Waters compôs aqui um dos maiores hinos da história da música. A linguagem lírica usada para dizer que é um “fucker” é a mesma usada hoje.
Ray Charles – I’ve Got A Woman
Este ano teve de tudo, ou seja: R&B, rock, blues e com Ray Charles soul (junto com os grupos vocais). Ray Charles, o pianista cego caracterizado sempre por seus óculos escuros (como mais tarde repetiria Stevie Wonder), levou uma vida agitada que sem dúvida influenciou sua música, que ele compunha com verdadeira rapidez.
Há alguns anos, eles fizeram um filme sobre sua vida que eu não vi, mas disseram que estava bom, então eu recomendo assisti-lo.
The Chordettes – Mr. Sandman
Sandman era um sujeito que vinha enquanto você dormia para jogar areia nos seus olhos, no melhor dos casos, deixando lá umas remelas terríveis para que, quando você acordasse depois de oito horas, tivesse um rosto assustador e irreconhecível, mesmo para você.
Aqui, os Chordettes fizeram muito sucesso para sempre, passando essa música a ser até mesmo versionada pela banda Blind Guardian e pelo grupo Mocedades, entre muitos outros. É assim que a coisa é sinistra.
The Chords – Sh-Boom
Também conhecida como Life Could Be a Dream, R&B clássico no qual várias vozes fazem os coros e quase todos participam individualmente de alguns versos. A semente das boy bands, eles até tinham coreografias (embora não particularmente elaboradas).
Eu consigo imaginar eles fazendo um pulo à la Chiquito de la Calzada toda vez que dizem Sh-Boom.
The Penguins – Earth Angel
Gosto muito dessa música na versão cantada por Death Cab For Cutie, um prazer culposo, porque desde o início pensei que era muito melosa, mas tem algo atraente (ambas as versões, embora eu esteja me referindo à original de The Penguins).
Aqui está mais uma demonstração de como a música pôde ser importante nesses anos para combater o racismo, sendo um imenso sucesso em todos os EUA. Como quando o rapper 2Pac foi abordado por um nazista que pediu um autógrafo durante o período em que ele ficou na prisão (segundo suas palavras).
The Spaniels – Goodnight, Sweetheart, Goodnight
Duduru dudú, boa noite, querida, boa noite, bemoor, é hora de iiiiir, duduru dudú. A versão mais bem-sucedida desta música – The McGuire Sisters – omitiu o “duduru dudú”, que para mim é o melhor da música, que, aliás, em tudo o que não é refrão, é tão atual quanto o R&B mais recente – na versão de The Spaniels.
Música do ano de 1954 em português, espanhol e em francês
Amália Rodrigues – Solidão
Cruzamos o Atlântico e nos deparamos com um pouco de fado, que é a música que nasceu precisamente como resultado de tanto atravessar o Atlântico (segundo algumas fontes) e da tristeza que sentiam por ir, voltar e sentir falta de coisas e pessoas que não estão mais. Não se pode viver olhando para o oceano, seria como viver em um planeta que olha para o espaço… hmm, espera.
A solidão, um dos muitos matizes da vida de Amália Rodrigues.
Antonio Molina – Adeus à Espanha
Enquanto isso, na Espanha, o que mais estava em alta era a copla e o flamenco, que soam um pouco como o fado (e vice-versa) e geralmente são igualmente tristes, embora neste caso eu não tenha explicações para inventar. Antonio Molina deu muitas grandes músicas e letras dentro deste gênero e da história da música na Espanha, e era um dos favoritos do meu avô, que descanse em paz. E se o som sai de um toca-discos, melhor ainda.
Georges Brassens – Le Parapluie
Atenção, porque esta é a segunda vez que aparece na lista e ainda aparecerá mais duas vezes. Sua lírica satírica ainda incomoda alguns, e isso merece reconhecimento.

(Madri, 1987) Escritor por vocação, especialista em SEO por profissão. Amante da música, cinéfilo e amante da leitura, mas em modo “amateur”.