No outro dia estava a ouvir o Till I Collapse do Eminem (do álbum The Eminem Show) e lembrei-me de como foi bom ouvir o Nate Dogg no refrão. Este pensamento levou-me a um que sempre esteve lá, desde o início do milénio: Nate Dogg era o melhor especialista em ganchos do hip hop.
Neste ponto, é importante, por um lado, realçar que, embora acreditasse nisto quando tinha 13 anos, não fui o único a pensar nisto – ele é conhecido como o ‘Rei dos Ganchos’ – e por outro lado, a limitar esta afirmação, que é tão pessoal quanto universal, uma vez que no mundo do hip hop existiram e sempre existirão grandes especialistas em refrões. Principalmente a partir do final dos anos 90, quando o rap se tornou muito mais pop com nomes como Puff Daddy e outros muito mais próximos da soul ou do R&B, onde vozes femininas como Faith Evans, Mary J Blige ou Ashanti se destacaram já nos anos 2000.
Tal como a grande maioria dos rappers da época, Nate Dogg também flertou muito com o R&B, mas podemos encontrar a maior parte dos seus maiores êxitos em músicas mais próximas do gangsta rap, do mainstream e do rap com consciência de rua, como tentarei demonstrar neste artigo que inclui uma lista de reprodução. Havia alguém como ele, pelo menos um pouco? Talvez Jadakiss, embora ele geralmente acrescentasse um verso de rap em todas as suas colaborações.
Data e causa de morte de Nate Dogg
Em primeiro lugar, em resposta à pergunta que dá título a este texto, digo-vos que Nate Dogg faleceu no dia 15 de março de 2011, quando tinha apenas 41 anos. Pioneiro do G-funk e do rap da Costa Oeste, é, em 2024, o rapper com mais colaborações ou featurings da história.
Quanto à causa da sua morte, Nate Dogg morreu devido a complicações de múltiplos acidentes vasculares cerebrais – fala-se também de insuficiência cardíaca congestiva. Aparentemente, é algo que já acontece há alguns anos. O homem já tinha sofrido um AVC que deixou o lado esquerdo do corpo debilitado em 2007 e outro em 2008.
Embora Nathaniel Dwayne Hale, que na verdade se chamava Nate Dogg, foi capaz de recuperar quase por completo a saúde, a sua vida terminou alguns anos mais tarde, sem tempo suficiente para preparar o seu regresso sob a forma de um álbum a solo. Este foi anunciado como um álbum póstumo e aparentemente estava previsto ser lançado em 2013, mas até hoje ninguém ouviu mais nada sobre ele.
Pelo meio, para além da sua carreira musical, várias denúncias e detenções por violência de género, assédio e consumo de drogas.
Nate Dogg, ou como usar um refrão para transformar uma música num êxito
Nate Dogg será sempre conhecido pela sua voz profunda e melódica. O seu estilo, imitado, mas inimitável, foi influenciado principalmente pela música gospel que tocava no coro da igreja quando era criança, bem como pela música que se ouvia em sua casa naquela época. De Marvin Gaye a Stevie Wonder ou Maurice White de Earth, Wind & Fire. Algumas das suas maiores influências musicais confirmadas pelo próprio.
Com aquelas vime, como não melhorar quase sempre as músicas em que colaborava? E destaco especialmente as colaborações, porque as suas músicas a solo tendiam a ser bastante monótonas e carentes de alguma coisa. Vou deixar-vos espreitar quando chegar à playlist.
Ele, que se apresentava como uma mistura entre hip hop e R&B graças ao seu alcance vocal entre tenor e barítono, é considerado o inventor do ‘canto gangsta’ (ou gangsta singing), um estilo de canto que consiste numa mistura de R&B e vozes soul com letras de gangsta rap e que teve grande influência na cultura urbana e em grandes abusadores – e não só – do R&B como R. Kelly ou Chris Brown.
Onde ouviu ao King of Hooks, embora talvez não se lembre de Nate Dogg?
Na playlist verá que dentro das colaborações existem ainda mais colaborações do que aquelas que destaco abaixo, como Kurupt ou WC em muitas delas. É como uma boneca russa que também ignora os 213 enquanto grupo e os oferece como colaboração em trio.
Fiz tudo o que pude para que fosse o mais significativo possível. Mas ui, o mais importante é ouvires as músicas e deixares-te levar por elas como um bom amante de rap.
Canções a solo
- I Got Love
- Nobody Does It Better
- Music & Me
- So Fly (J. Period Remix)
- These Days
- Never Leave Me Alone
Com Dr. Dre
- Your Wife
- The Next Episode
- Xxplosive
- Deeez Nuuuts
Com o seu primo Snoop Dogg
- Ain’t No Fun (If The Homies Can’t Have None)
- Lay Low
- Crazy
- Don’t Tell
Com Warren G
- Regulate
- Game Don’t Wait
- Party We Will Throw Now!
- Do You See
Com Xzibit
- Multiply
- My Name
- Been a Long Time
- Keep It G.A.N.G.S.T.A.
Com 2Pac
- All About U
- Skandalouz
- How Long Will They Mourn Me?
- Thugs Get Lonely Too
Com Eminem
- Till I Collapse
- Bitch Please II
- Never Enough
- Shake That
Con miembros de G-Unit
- 50 Cent – 21 Questions
- Lloyd Banks – Til The End
- Lloyd Banks – Warrior Part 2
Con The Game
- Special
- Where I’m From
- Too Much
Com outros rappers (não com tanta frequência)
- Westside Connection – Gangsta Nation
- Mark Ronson, Ghostface Killah, Trife & Saigon – Ooh Wee
- Houston – I Like That
- Anderson .Paak – What Can We Do?
- Ludacris – Area Codes
- Fabolous – Can’t Deny It
- Jadakiss – Time’s Up
- Shade Sheist – Where I Wanna Be
- Mos Def – Oh No
- Obie Trice – The Setup
- Jermaine Dupri – Ballin’ Out of Control
- Shyne – Behind The Walls (East Coast Gangsta Mix)
- Mobb Deep – Have A Party
- Roscoe – Girls All Pause
- The Notorious B.I.G. – Running Your Mouth
- SNBRN – Gangsta Walk
- Tha Dogg Pound – Let’s Play House
- Tha Eastsidaz – Cool
- Nancy Fletcher – Me and My Homies
(Madri, 1987) Escritor por vocação, especialista em SEO por profissão. Amante da música, cinéfilo e amante da leitura, mas em modo “amateur”.