Agosto, calor e ninguém na rua. Não tenho escrito muito ultimamente, por isso decidi recuperar algumas…
Cinema asiático
O cinema asiático tem muito a oferecer. Histórias interessantes, um lado técnico extremamente refinado, mas acima de tudo uma grande variedade de temas e gêneros que faz com que quase todos os amantes do cinema encontrem algo por si mesmos nele. Os sucessos de bilheteria visualmente impressionantes do Extremo Oriente se misturam com os dramas iranianos ou os filmes de Bollywood, porque a Ásia não é apenas Japão, China e Coreia. Do Japão, estamos acostumados a propostas muito loucas, filmes de terror e também à tranquilidade total, enquanto de Hong Kong temos thrillers de ação quase imbatíveis, que foram superados por filmes coreanos violentos cheios de reviravoltas e truques narrativos quase perfeitos.
Sabemos que uma grande parte dos filmes asiáticos está profundamente enraizada na cultura local, mas são feitos de tal forma que as histórias se tornam universais e são compreendidas igualmente bem em todo o mundo. Poucos títulos chegam ao nosso país, para todas as produções que estreiam a cada ano, mas a situação ainda é muito melhor do que há algumas décadas. E este aumento do nosso interesse começou principalmente durante os anos 50 (devido principalmente ao Japão), momento em que o cinema asiático estava vivendo um grande momento com os já maduros Yasujirō Ozu ou Akira Kurosawa.
É muito difícil escolher as melhores produções entre tantas obras geniais e completamente diferentes ao longo dos anos, por isso nesta etiqueta a variedade é tudo, mas além dos artigos que você encontrará no final, também quisemos deixar você com uma lista dos 5 melhores filmes asiáticos dos últimos anos. Poderia ter sido muito mais longa, obviamente, mas queremos que você também conheça outros filmes muito menos conhecidos e dos quais falamos no blog.
Os melhores filmes do cinema asiático dos anos 2000
O Tigre e o Dragão (Taiwan, 2000)
No ano de seu lançamento, este filme foi considerado um fenômeno. Seu diretor, Ang Lee, já tinha um lugar consolidado em Hollywood (realizou, entre outros, a aclamada adaptação de Razão e Sensibilidade), mas decidiu iniciar uma produção em mandarim, fazendo referência aos elementos mais clássicos da cultura asiática. O filme arrecadou mais de 200 milhões de dólares em todo o mundo e foi indicado a até 10 Oscars (ganhando quatro estatuetas).
Os críticos e o público concordaram que foi algo realmente especial. Sobretudo, foram elogiadas as excelentes cenas de luta supervisionadas por Yuen Woo-ping, responsável pela coreografia de Matrix. Foi esse filme que popularizou o gênero wuxia em todo o mundo.
3 Idiotas (Índia, 2009)
Uma grande surpresa que se tornou uma pérola do cinema indiano. O filme encantou não apenas o público local, mas também os organismos que concedem os prêmios da indústria. Depois embarcou em uma jornada ao redor do mundo, convencendo os espectadores de fora da Índia.
É claro que inclui cenas de dança e música, mas 3 Idiotas escapa da imagem clássica de Bollywood. Essa história simples mas cativante combina perfeitamente comédia e drama, sem deixar você entediar nunca (embora tenha quase três horas de duração). Um grande elogio à amizade e à vida em geral, que deveria fazer qualquer espectador sorrir.
A Separação ou Uma Separação (Irã, 2011)
Vencedor do Festival de Berlim, vencedor do Globo de Ouro, do Oscar, do César e de dezenas de outros prêmios. O mais importante, é merecido. Asghar Farhadi é um mestre na escrita de roteiros. Seu filme anterior, À Propósito de Elly, foi uma pequena obra-prima nesse sentido, mas em Nader e Simin, Uma Separação, ele se superou.
Mais uma vez, uma situação trivial, aparentemente insignificante, desencadeia uma avalanche de argumentos. Essa história é universal e realmente poderia acontecer em qualquer lugar, além de te envolver e te prender até a garganta. Diálogos excelentes e personagens muito críveis ajudam ainda mais a completar a obra. Assim, não é apenas um dos melhores filmes iranianos ou asiáticos, mas também um dos melhores do mundo. É difícil encontrar muitos títulos melhores na década.
Amor à Flor da Pele ou Disponível Para Amar (Hong Kong, 2000)
Um filme de bom gosto sobre um amor incomum que conecta inesperadamente a Sra. Chan e o Sr. Chow. Eles alugam quartos em apartamentos vizinhos e ambos suspeitam que seus cônjuges, que frequentemente saem, são infiéis a eles. Eles se sentem muito sozinhos, mas quando o afeto começa a se formar lentamente entre eles, eles têm a oportunidade de uma grande mudança. Mas eles terão coragem de aproveitar essa oportunidade? Essa história poderia ter sido um romance banal, mas o diretor Wong Kar-Wai criou um filme único, fascinante não apenas pela trama, mas também pelas soluções visuais utilizadas.
Oldboy – Velho Amigo (Coreia do Sul, 2003)
O cinema coreano é para muitos Park Chan-wook e sua trilogia de vingança, principalmente nesta década, embora já saibamos que é muito mais complexo e tem muitos mais talentos e grandes filmes ultimamente. Cada um desses três filmes tem algo especial, mas talvez o melhor seja Oldboy, do qual Quentin Tarantino disse uma vez: “Este filme é mais tarantinesco do que qualquer coisa que eu mesmo tenha feito”. Teoricamente simples, baseado na vingança de um perseguidor, a trama esconde muitas soluções estranhas, mas intrigantes. Cinema sombrio, inteligente e surpreendentemente realizado. Todo mundo lembra a cena de luta no corredor, mas essa é apenas mais um pico em seu iceberg visual.
O Gosto do Saké (A Rotina Tem Seu Encanto no Brasil), de Yasujirō Ozu
Yasujiro Ozu era um mestre da direção. Tinha uma capacidade tão imensa para manter a atenção…
Jo Yeong-wook, Cho Young-wuk ou 조영욱, principal compositor de Park Chan-wook
Para quem não tem o prazer de conhecer o compositor sul-coreano de música clássica e trilhas…