Jo Yeong-wook, Cho Young-wuk ou 조영욱, principal compositor de Park Chan-wook

Jo Yeong-wook, Cho Young-wuk ou 조영욱

Para quem não tem o prazer de conhecer o compositor sul-coreano de música clássica e trilhas sonoras Jo Yeong-wook (Cho Young-wuk se você escrever da maneira que você pronuncia e 조영욱 se você escrever usando o alfabeto coreano), você pode ter ouvido algo sobre ele, embora não seu nome. Principalmente se você já viu algum dos filmes do diretor Park Chan-wook, com quem costuma trabalhar regularmente desde o início de sua carreira.

A trilha sonora de Oldboy – Velho Amigo, A Criada ou mais recentemente Decisão de Partir são obra de Jo Yeong-wook. Seu trabalho, por alguma razão desconhecida devido ao poder das garras de Hollywood para atrair para suas câmaras qualquer talento que encontre, é bastante focado na produção de filmes coreanos. Além de trabalhar com Park Chan-wook, ele trabalhou com muitos outros cineastas muito menos conhecidos na parte ocidental do mundo, mas muito bem-sucedidos e prestigiados em seu país. Esta outra seção inclui a composição de trilhas sonoras para Gangster Sem Nome, Nova Ordem ou o filme de terror The Closet (sim, vamos usar os títulos em inglês de tudo que não tiver em português, omitindo o coreano).

O autor, nascido em 1º de janeiro de 1962, é tão prolífico quanto a maioria dos compositores de trilhas sonoras de sua geração, mas sua maestria o fez se destacar como o melhor do Oriente. Neste artigo vamos tentar atestar isso com uma seleção de suas melhores obras, bem como alguns trechos de suas melodias mais interessantes ou marcantes. As vezes, ele se vale do trabalho de outros para trazê-los para seu próprio terreno, e também aí se destaca e chama a atenção.

As melhores trilhas sonoras de Jo Yeong-wook

Deve-se notar, antes de começar com a lista de nossas trilhas sonoras favoritas do Jo Yeong-wook, que se enfatizamos as diferentes formas de escrever o seu nome, é porque nem o próprio Spotify esclarece com ele. Se você pesquisar por seu nome escrito da maneira mais usual, encontrará uma parte de sua obra, mas se pesquisar por Cho Young-wuk ou 조영욱, verá diferentes. E embora você veja que muitas vezes é associado ao K-Pop, realmente não tem nada a ver com isso.

Isso se deve, em grande parte, ao fato de dar a impressão de que o próprio compositor assina suas obras de formas diferentes dependendo do mercado a que se destinam, por exemplo, a terceira que aparece quando você busca a trilha sonora de A Criada, a segunda para Oldboy – Velho Amigo e a primeira escolhida para nomear playlists. E também há uma confusão de nomes coreanos que não sabemos se se referem aos instrumentistas, compositores de peças específicas ou à colaboração na referida composição.

Então, agora vamos com nossa seleção de trilhas sonoras favoritas compostas por Jo Yeong-wook, onde há uma grande maioria de filmes já mencionados, mas com o passar dos anos também há uma maior amplitude de visão por parte dos cineastas. Ou pelo menos em relação à exportação de filmes de outros diretores coreanos que não são os já conhecidos (como o já citado ou o agora ainda mais famoso Bong Joon Ho).

Trilha sonora da Zona de Risco ou Joint Security Area (JSA)

No filme Zona de Risco ou Joint Security Area (JSA) assistimos ao longa-metragem que começou a colocar em cena Park Chan-wook, que já havia feito alguns longas-metragens alguns anos antes. No entanto, para Jo Yeong-wook, foi seu quinto trabalho dirigindo uma trilha sonora. Tal como o filme a que nos referimos, a trilha sonora é sóbria e mesmo bastante austera. Destacamos a ornamentação de Barricade, tendo em vista uma obra que ainda não despertava tanto destaque como poucos anos depois.

Trilha sonora de Lady Vingança, Vingança Planeada ou Sympathy for Lady Vengeance

Como estamos mantendo uma ordem cronológica, por trás desta lista não há nenhuma predileção específica na estrutura, embora obviamente existam alguns mais favoritos do que outros. A trilha sonora de Lady Vingança, Vingança Planeada ou Sympathy for Lady Vengeance é uma delas, sem dúvidas.

Composições como The Kind Ms. Kum-Ja ou Pull The Trigger atestam isso. As reminiscências de Johann Sebastian Bach são muito claras e a partir de agora as homenagens à sua obra serão um elemento extra das suas melhores bandas sonoras. Os instrumentos de corda destacam-se aqui muito mais do que na sua obra anterior, apesar de estarem no centro da maioria das peças.

Trilha sonora de Eu Sou um Cyborg, e Daí? ou Eu Sou um Ciborgue, mas não Faz Mal

Talvez por ser um dos filmes mais estranhos e únicos da carreira de Park Chan-wook, a trilha sonora de Jo Yeong-wook para Eu Sou um Cyborg, e Daí? ou Eu Sou um Ciborgue, mas não Faz Mal também é. Nisso, os instrumentos de sopro se destacam muito mais do que os instrumentos de corda. Especialmente em peças como Chumchunun Saibogu ou Saibogu Yunggun. Duas enormes valsas que qualquer um poderia acrescentar a uma dança do século XIX ou mesmo anterior.

Se você deu uma olhada nos dois títulos escolhidos como nossos favoritos dentro da trilha sonora de Eu Sou um Ciborgue, mas não Faz Mal, deve ter notado que são romanizações literais do coreano e não da tradução para o inglês. Não importa muito, mas quero enfatizar como acontece de ser escrito cyborg em coreano e, por sua vez, em português.

Trilha sonora de Sede de Sangue ou Thirst – Este é o meu Sangue

Para muitos, Sede de Sangue ou Thirst – Este é o meu Sangue foi um pequeno revés na carreira de sucesso de Park Chan-wook, embora não na de Jo Yeong-wook, pelo que vimos. Claro que mesmo nas mais que recomendáveis ​​Bach On Radio, Resurrection, Sang-Hyun ou a mais popular A Cute Vampire há um pouco dessa cadência um pouco mais exigente. Ou não, e é que minha lembrança do filme me deixou um pouco mais abatido com relação a grandes músicas como a primeira das citadas, que tem muito pouco para ser chata, lenta ou monótona.

Trilha Sonora de Gangster Sem Nome

A partir deste momento, podemos ver como a ambição de um projeto no cinema coreano pode ser medida através da direção e partituras de Jo Yeong-wook. Não muda o know-how, embora o adapte a um filme muito menos parecido com o que costumávamos fazer.

Considerando que o filme se passa ao longo das décadas de 1980 e 1990, a trilha sonora de Gangster Sem Nome também, mas sobretudo se adapta ao tom de ser um filme de máfia, com ritmos que bem poderiam vir de cenas italianas. De imediato notamos a mudança porque, como dissemos, se adapta ao tom (ou o impõe) do filme ao qual está dando vida musical.

Trilha sonora de Nova Ordem

O tema principal de Nova Ordem aproxima-se ao Jo Yeong-wook que conhecíamos, fazendo uso de instrumentos de corda e vendo com muita força. Esquecendo os ritmos mais modernos que nos deixou na banda sonora anterior. Falando nisso, ele também não volta nunca em novos filmes, mas estava presente em Oldboy – Velho Amigo, a usar música eletrônica fazendo parte de algumas peças junto com a composição mais clássica.

Trilha sonora de A Criada

Agora sim, a trilha sonora de Jo Yeong-wook que mais tenho ouvido nos últimos anos, e também o filme de Park Chan-wook que mais tenho gostado, e também a tantos níveis, que falar dele é sempre prazer, não importa qual seja o motivo principal.

Peças de joalharia musical como My Tamako, My Sookee, Wedding, You Are My Baby Miss ou The Tree From Mount Fuji tornam cada cena (já perfeita) algo brilhante. O ápice artístico desse casal que nos deixou tanto cinema bom por décadas.

Trilha sonora de O Gângster, o Policial e o Diabo ou The Gangster, the Cop, the Devil

Terminamos nossa resenha da obra desse grande compositor coreano com a trilha sonora de um filme lançado em 2019, O Gângster, o Policial e o Diabo ou The Gangster, the Cop, the Devil. Este filme apresenta outras caras conhecidas da cinematografia asiática e mostra mais uma vez uma clara ambição de cruzar fronteiras com o já clássico género de ação sul-coreano.

Quanto de Oldboy devemos a Jo Yeong-wook?

Para acabar a resenhar a obra de Jo Yeong-wook, vale a pena dar um leve destaque a uma de suas mais famosas magnum opus. Apesar de ter composto a trilha sonora de toda a trilogia de vingança dirigida por Park Chan-wook, composta pelos filmes Mr. Vingança, Em Nome da Vingança ou Sympathy for Mr. Vengeance, o já citado Oldboy – Velho Amigo e Lady Vingança, Vingança Planeada ou Sympathy for Lady Vengeance. Devo dizer que, para mim, o melhor, musicalmente falando e condizente com o filme que acompanha, é o último dos três. No entanto, todos têm peças dignas de menção, para não mencionar o conjunto de todos eles como um todo quase perfeito.

Mas agora, voltando ao assunto desta seção: se estamos falando apenas da experiência que temos ao assistir a um filme (isto é, viver uma experiência cinematográfica em sua totalidade), a música pode aumentá-la ou diminuí-la dependendo de sua qualidade ou adaptabilidade ao meio e o espírito do referido trabalho. Bem, no caso de Oldboy, fica claro para mim como Jo Yeong-wook o torna mais memorável do que já é pelo mérito de suas imagens e pelo ritmo narrativo. Basta relembrar algumas das cenas mais chocantes do filme e com certeza todas elas contém um trecho que chama a atenção e se encaixa perfeitamente com o que se vê.

Por exemplo, temos a cena em que Oh Dae-su agarra um homem e seu cachorro pela gravata na beira de um telhado. Nesse momento de tensão e força de estar livre novamente, Look Who’s Talking está tocando. Quando entendemos a motivação do antagonista de Oh Dae-su para fazer o que ele faz, estamos ouvindo Out Of The Past. Como resultado dessa revelação, chegamos à conclusão da história com The Last Waltz, em que o protagonista pronunciará um “eu te amo” que deixará o espectador sentado por um tempo.

Com estes vimes, penso que podemos rever o resto da obra selecionada de Jo Yeong-wook, muito centrada na dupla que faz com o famoso realizador coreano, mas também com as ocasionais participações menos esperadas.

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